terça-feira, 29 de junho de 2010

Difícil tarefa


Paulo, em sua primeira epístola aos tessalonicenses, pede aos cristãos que tenham amor, consideração e a mais alta estima por seus líderes, conselheiros e àqueles que trabalham na igreja [1 Ts 5.12-13]. Muitas vezes fazemos exatamente o contrário: menosprezamos, ignoramos e até odiamos aqueles que estão à frente de nossa comunidade de fé. Diante de tantos oportunistas e ministros de um outro evangelho, realmente fica difícil discernir os bons dos maus.

A escassez de uma liderança cristã efetiva e comprometida com o Evangelho tem deixado muitas pessoas confusas a cerca das coisas do Reino de Deus. As igrejas capitalistas ganham cada vez mais espaço e seus líderes são endeusados e mitificados para tristeza daqueles que têm alguma noção da verdade bíblica.

Não obstante tal panorama, o fato é que não podemos deixar de valorizar aqueles que trabalham verdadeiramente na propagação da Boa Nova e da salvação no nome de Jesus de Nazaré. Precisamos amar e entender as dificuldades enfrentadas por esses guerreiros de Deus que navegam contra essa ventania de doutrina de nosso tempo, pois criticar o esforço que eles têm feito é muito fácil, mas navegar junto, lado a lado com eles, poucos são aqueles que estão dispostos.

Esses embaixadores do Amor possuem um trabalho de muita responsabilidade e em suas mãos estão pessoas fragilizadas e oprimidas, muitas vezes destituídas de qualquer esperança. Eles precisam administrar egos e sonhos de outras pessoas, ter empatia, ser misericordiosos, fortes e persistentes. Os olhos de todos estão sobre eles e sua família. Esperamos muito dessas pessoas e muitas vezes essa expectativa pode ser frustrada, pois eles são seres humanos como nós, sujeitos a falhas e pecados. Mas, sem dúvidas, se não fosse o esforço desses verdadeiros pastores, talvez a igreja brasileira estivesse totalmente vendida ao dinheiro e destituída de qualquer caridade.

Diante disso, faz todo sentido o apelo de Paulo para que vivamos em paz com nossos líderes e que sejamos seus auxiliadores na tarefa de propagar o Evangelho.

Agradeçamos e oremos a Deus para que sustentem nossos líderes, para que os consolem e para que dê força às suas famílias nessa difícil peregrinação de guiar as ovelhas do Senhor!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alcançando a verdadeira vida

De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.

Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas. Diante de Deus, que a tudo dá vida, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos fez a boa confissão, eu lhe recomendo: Guarde este mandamento imaculado e irrepreensível,até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual Deus fará se cumprir no seu devido tempo. Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível,a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém.

Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.

1 Timóteo 6.6-19

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vida tranqüila


A vida nas grandes cidades tem se tornado insustentável. A sociedade alargou o conteúdo de coisas que as pessoas “precisam ter” para não perderem oportunidades. Deste modo, na maioria dos ambientes e, principalmente no ambiente de trabalho, as pessoas são valorizadas por aquilo que conhecem, por quantas horas a mais trabalham no dia, pelos feriados e finais de semanas que abrem mãos em favor da empresa etc. As pessoas precisam entender de tudo e estar antenadas em todas as novidades para não “perder o bonde”. Essa vida agitada, somada ao consumismo e imediatismo de nossa era, estão gerando pessoas cada vez mais agitadas, estressadas e depressivas.

Nem mesmo as comunidades cristãs estão alheias a essa agitação toda, visto que a elas também se aplica o princípio de Pareto, no qual temos 20% de servos trabalhando em prol de 80% de senhores que só querem ser servidos. Esses 20% em geral vivem agitados, estressados ou deprimidos, mas na maioria dos casos nem percebem, pois sempre estão muito atarefados. Os outros 80% vivem sua agitação em outros ambientes e, acabam por descontar nos servos, mas isso não vem ao caso. O que importa é que cristãos modernos estão vivendo uma vida agitada, contrariando a instrução de Paulo aos tessalonicenses em 1Ts 4.11: “Esforcem-se para ter uma vida tranqüila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos”.

A primeira e mais relevante refuta que os cristãos modernos podem propor contra esse texto é que a vida dos tessalonicenses não era a loucura de hoje. Eu não creio que a vida deles fosse fácil, visto que o próprio Paulo menciona nessa mesma epístola que ele “ralava” para não depender de ninguém: “certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém” [1Ts 2.9]. As coisas nesse tempo eram artesanais, mais difíceis de serem adquiridas, não existia supermercados, fastfoods, e coisas do tipo. Tanto é verdade que, eles corriam o mesmo risco que nós corremos hoje em dia, de modo que Paulo os exorta a buscarem uma vida tranqüila!

Vale ressaltar que existe uma parte da população mundial que realmente nasceu para viver essa agitação, mas é importante destacar que é apenas uma parte. A grande maioria das pessoas não possuem tal predisposição. O fato é que essa minoria, por ser mais ativa, geralmente é quem dita as regras do jogo, pois são nossos líderes. A maioria deve refletir sobre até que ponto vale toda essa agitação, toda essa correria.

A Palavra de Deus diz que devemos nos esforçar para levar uma vida tranqüila e, por tranqüila não podemos entender uma vida cheia de dinheiro, sem trabalho e irresponsável. Vida tranqüila no contexto bíblico é uma vida de trabalho ou conduzindo o nosso negócio, no qual possamos viver sem depender de ninguém [1Ts 4.11-12]. Vida tranqüila não é estar necessariamente cheio de dinheiro, visto que existem várias exortações para se ter apenas o suficiente, como podemos perceber em Provérbios 30.8 e 23.4 ou em Mateus 6.19, por exemplo. Vida tranqüila não tem nada a ver com irresponsabilidade, pelo contrário, somente quando temos uma vida tranqüila é que permitiremos ao Senhor que nos capacite nos mandamentos recíprocos (tudo o que tem ‘uns aos outros’ na Bíblia), visto que necessitamos da paz que excede todo entendimento [Fl 4.7] para discernir o que o nosso irmão/próximo precisa.

Precisamos reaprender a sentarmos em um banco de praça pública e não fazer nada a não ser olhar o corre-corre das crianças, o revoar dos pássaros, as diferentes tonalidades dos verdes das árvores, as cores das plantas, a beleza dos rios, a arquitetura de nossa cidade, enfim, admirar a beleza de nosso Deus num final de tarde, através de sua criação.

Que Deus nos ajude!