terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fim do blog Jovem Peregrino

Amigos leitores,

Infelizmente, após 1 ano e 3 meses, chega ao fim o blog Jovem Peregrino.

Felizmente (pelo menos para mim...rsrs), as minha ideias e reflexões continuarão a serem postadas em meu novo blog (MMNonato).

Espero continuar contando com sua visita!

Marcos M. Nonato

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Hipermodernidade

Hipermodernidade é o termo usado para denominar a realidade contemporânea, caracterizada pela cultura do excesso, do acréscimo sempre quantitativo de bens materiais, de coisas consumíveis e descartáveis. Dentro desse contexto, todas as interações humanas, marcadas pela doença crônica da falta de tempo disponível e da ausência de autêntica integração existencial, se tornam intensas e urgentes. O movimento da vida passa a ser uma efervescência constante e as mudanças a ocorrer em ritmo quase esquizofrênico, determinando os valores fugidios de uma ordem temporal marcada pela efemeridade. Como tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais. O indivíduo da “cultura” tecnicista vivencia uma situação paradoxal: ao mesmo tempo em que lhe são ofertados continuamente os recursos para que possa gozar efetivamente as dádivas materiais da vida, ocorre, no entanto, a impossibilidade de se desfrutar plenamente desses recursos.

Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial.
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sal, luz e cruz


Acho curioso como nosso Deus faz questão de nos envolver em seus desígnios aqui na terra, mesmo sabendo de nossa incapacidade. Penso que Deus quer mesmo é se utilizar de nossas fraquezas para realizar o bem nesse mundo, pois somente nesses momentos é que deixamos Ele agir. Deus faz questão de trabalhar com os fracos, os falidos e os menos importantes justamente para confundir os fortes.

Jesus diz, nos versos 13 e 14 do capítulo 5 de Mateus, que somos o sal da terra e a luz do mundo. Perceba que, atualmente, esses dois elementos (sal e luz) são tão comuns em nosso dia-a-dia que nem os notamos. Sentimos suas faltas, por exemplo, quando por descuido de alguém, o arroz fica sem sal ou quando a companhia de energia não evita um blecaute.

Para quem vive nas grandes metrópoles, a luz e o sal, deixaram de ser algo de destaque. Penso que o mesmo ocorreu com o sabor que deveríamos dar para toda a terra e com as nossas obras que deveriam iluminar o mundo.

As instituições cristãs passaram a ser lugar de irrelevância, de superficialidades e se tornaram, na melhor das hipóteses, casas de show. A emoção dita a unção. As curas teatrais, as vitórias financeiras e as chuvas de bênçãos são as coisas que importam.

O sal foi jogado fora, perdeu o sabor e agora está sendo pisado por homens de terno ou batina, interessados tão-somente no lucro. A luz está debaixo da vasilha e as pessoas sendo guiadas por caminhos escuros e mal-iluminados.

Felizmente, o que Jesus disse não perdeu o seu valor. Apesar das dificuldades, podemos ver os verdadeiros servos sendo sal e luz. Mas como tudo parece ser sal e tudo parece ser luz nem notamos a diferença. No entanto, eles estão por aí.

Na maioria do tempo sou sem sabor e sem obras. Parte disso se deve a minha resistência em confiar que Deus está no controle. Tenho medo de sofrer, de ter que carregar a minha cruz.

O cristianismo que percebo nos evangelhos não tem nada do triunfalismo pregado pelos evangélicos, muito menos está relacionado com o “pseudo-pietismo” do catolicismo. Vejo que, aquele que serve a Cristo inevitavelmente sofrerá, pois Jesus disse que teríamos muitas aflições. A proposta de Jesus é que não seríamos poupados das intempéries da vida, das desilusões, das angustias, da morte e da dor. Entretanto, ele também disse que, mesmo em meio a tudo isso, seríamos felizes, teríamos sabor, iluminaríamos vidas.

Creio que só podemos ser fonte de sabor para vidas desgostosas e tristes, se de algum modo passarmos pelos mesmos dissabores, pelas mesmas tristezas. Quem conhece alguém que tenha problemas com drogas, sabe que é quase impossível uma pessoa que nunca tenha vencido esse problema, ou seja, que também tenha sido um viciado e depois se recuperado, possa aconselhar alguém e obter bons resultados, por exemplo.

Da mesma forma com relação às obras. Uma obra só é realizada se houver uma necessidade ou um problema. Como então, poderemos realizar boas obras se não nos envolvemos nem nos nossos próprios problemas. Na maioria das vezes, fugimos de nossos problemas. Queremos que Jesus os tire de nossa frente o quanto antes, nem estamos dispostos a participar da solução, queremos que o problema suma magicamente.

Talvez seja por isso que Deus faça tanta questão de participarmos de sua obra. Ele quer se utilizar de nossa experiência de vida para influenciar a outros. Penso que, para sermos tudo o que Jesus disse que seríamos, temos que carregar a nossa cruz. Sem a cruz não somos de Cristo, somos qualquer outra coisa, menos verdadeiros seguidores de Jesus.

Precisamos encarar nossas dificuldades de forma mais corajosa, crendo que Jesus estará ao nosso lado, nos ajudando a resolver. Fingir que a depressão, o vício de um familiar, o consumismo, o mendigo, a doença não existem, não resolve o problema, muito menos achar que Jesus vai solucionar magicamente todos eles. Deus quer que nos aperfeiçoemos na dor, no cadinho da humilhação, pois Ele não quer bebês-chorões convivendo para sempre ao seu lado. Sofrer é inerente ao ser humano, sofrer é inerente ao cristão. Perceba que não estou fazendo apologia ao sofrimento, ou seja, que você deva buscar o sofrimento, não é isso. Estou dizendo que devemos aceitar o sofrimento de forma madura e adulta e não como crianças melindradas.

Nossa peregrinação nesse mundo tem, como uma de suas principais funções, a nossa lapidação enquanto seres humanos, por meio de caminhos e descaminhos, verões e invernos, alegrias e tristezas, vida e morte. Ser cristão é ser humano.

Enfim, seremos o sal da terra e a luz do mundo quando aceitarmos que temos que carregar nossas cruzes e aprendermos o significado do que é chorar com os que choram e rir com os que riem.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Minha porção (Peter Quintino)

Senhor, és tudo para mim
Maior do que as riquezas deste mundo
És meu Deus, És tudo o que tenho
Deus fiel
Não quero Te adorar pelo que fazes
Mas quero Te adorar pelo que És
Ainda que nada eu tenha
Eu tenho a Ti

Eu não preciso de riquezas para Te adorar
Eu não preciso de promessas para ser fiel
Eu só preciso de Tua presença
Tua graça basta em mim
Tu és minha porção
E a minha herança, Jesus

Ministério Ipiranga

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Igreja emergente


Parece que, insistentemente, a mensagem do evangelho vai perdendo valor de uma geração para outra e, de vez em quando, surgem movimentos eclesiásticos objetivando um reavivamento da fé cristã. Em nosso tempo ainda percebe-se algum movimento daqueles que são adeptos da Missão Integral, outros estão descambando para o Teísmo Aberto, Teologia Relacional, Igreja nos Lares e demais formas controversas, todas com o intuito de combater a chamada teologia da prosperidade. Dentre esses movimentos “combatentes” existe o da igreja emergente.

Por falta de uma liderança especifica e até mesmo por ser um movimento sem pretensões grandiosas, no sentido de não querer convencer a todos os cristãos que a igreja emergente está mais certa que os demais movimentos, falta um conceito claro do que seja isso. Mas alguns membros desse movimento arriscam algumas definições, como, por exemplo, essa do Pr. Sandro Baggio do Projeto 242:

“A Igreja Emergente (ou Emergindo) nada mais é do que uma conversa honesta sobre os desafios e oportunidades de viver e comunicar a mensagem cristã no mundo cada vez mais pós-moderno. O diferencial da Igreja Emergente é sua abertura para lidar com as perguntas difíceis sobre o ser cristão no mundo pós-moderno. Perguntas estas que vão desde a prática cristã até a prática eclesiástica e missionária. Afinal de contas, o que é ser cristão? O que é ser igreja? O que significa fazer parte da missão de Deus no mundo hoje? De certo modo, a igreja tem sempre pensado essas coisas a partir de suas tradições eclesiásticas que definem, de muitas maneiras, sua cristologia e missiologia. A Igreja Emergente faz uma tentativa de recuar um pouco e repensar essas questões seguindo uma ordem mais ou menos inversa: uma cristologia que nos impulsione à missiologia, que por sua vez leve à eclesiologia. Em outras palavras, primeiro eu preciso entender Jesus, Verbo Encarnado, e me comprometer com Seu Caminho (proposta prática de vida que Ele apresentou) , abraçando Sua Missão no mundo de hoje e seguindo a jornada com outros seguidores na comunhão da Sua Igreja.”

Como exemplo de pessoas engajadas na igreja emergente podemos citar o Mark Driskoll da Mars Hill Church (www.marshillchurch.org), o pessoal da Vineyard (www.proibidopessoasperfeitas.com) e o Projeto 242 (www.projeto242.com) em nossa capital. Tive a oportunidade de visitar o Projeto 242 e notei o esforço daquela igreja em tentar se diferenciar do mar de denominações evangélicas existentes. Na maioria das vezes, os membros das igrejas emergentes, a despeito de seus estilos comportamentais (cabelo comprido, tatuagens etc.), são mais ortodoxos do que muita igreja por ai. Apesar de não haver diferença na ordem do culto, notei que há uma preocupação com a pintura, uma das artes mais negligenciadas pelos evangélicos, devido ao medo de ferir o velho mandamento… A disposição das cadeiras também é diferente, pois as pessoas sentam-se em grupinhos ao redor de mesinhas como se fosse num bar, forçando as pessoas a olharem umas para as outras. Existem velas decorativas espalhadas em alguns cantos, uma decoração moderna, mas ao mesmo tempo tudo muito simples, tem até sofás para que os membros possam se acomodar durante o culto e etc…

Penso que toda tentativa de destruir a excessiva institucionalização e personalização de ministérios dos super-crentes deve ser analisada e, até certo ponto, incentivada, desde que não gere novos monstrinhos (rsrs). Gosto de estudar esses movimentos alternativos e tentar tirar algum proveito, pois podemos com base em idéias interessantes tornar nossa igreja mais informal e humana, focando nossos esforços naquilo que realmente importa: o amor.

Acredito que, apesar dos erros que esses movimentos possam cometer, eles possuem algum mérito, ou seja, pelo menos estão fazendo alguma coisa para mudar a situação vigente. Olhando para a igreja emergente, em seu esforço homérico, percebo que são pessoas como eles que mantém a chama acesa, mesmo que daqui a alguns anos não existam mais, ou quem sabe, se tornem os novos poderosos e percam o “fio da miada”. O fato é que a igreja cristã precisa ser mais relevante, mais interessante e propagar o evangelho acreditando que trata-se de uma boa nova e não como uma mera representação sem graça e enfadonha de algo desinteressante e triste.

Por esse motivo continuo estudando e sugiro que você conheça novas formas de viver o evangelho e perceba quão insondáveis são os pensamentos do nosso Deus e o louve, e o sirva e o ame!

Fiquem na paz que excede todo entendimento!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Proibido pessoas perfeitas


Gosto muito do slogam da Vineyard Capital que diz: “proibido pessoas perfeitas”, pois, em minha opinião, reflete exatamente a proposta original de Jesus para sua igreja. No entanto, sabemos que não é a realidade na maioria das igrejas e creio que nem mesmo na Vineyard. Quando me refiro a pessoas perfeitas não estou pensando apenas em pessoas santas, corretíssimas, cumpridoras das leis, etc. Estou pensando também no aspecto físico e biológico das pessoas, ou seja, estou falando das pessoas portadoras de deficiência (PPDs).

Outro dia, voltando do trabalho para casa, tive a oportunidade de vislumbrar três crianças surdas-mudas batendo o maior papo no metrô. Era uma confusão de gestos e carinhas felizes e descontraídas, como não poderia deixar de ser. Fiquei imaginando a “barulheira” que estavam fazendo e isso me levou a refletir sobre a presença dos PPDs em nossas igrejas.

Segundo dados do Censo Demográfico de 2000, que em breve será atualizado, cerca de 14,5% da população brasileira são PPDs, que significa 24,5 milhões de pessoas. Em São Paulo, que é um dos cinco estados que possuem as menores taxas de pessoas com deficiência, esse índice é de 11,35%. Nosso estado possui cerca de 40 milhões de pessoas e a capital cerca de 11 milhões, se aplicarmos esse índice em nosso estado teremos algo em torno de 4,5 milhões e na capital 1,25 milhão de PPDs.

Diante desses números, questiono: será que em nossas igrejas existe essa mesma proporção? Infelizmente creio que não. Só para termos uma idéia, na IBG, que segundo fontes informais possui cerca de 400 pessoas, teríamos que ter no rol de membros cerca de 45 pessoas com deficiência!

Jesus, em seu tempo, vivia no meio de PPDs, tanto é verdade que boa parte de seus milagres estão relacionados a essas pessoas. Então, por que hoje em dia temos tanta dificuldade de atrair essas pessoas ou pelo menos estar próximas a elas? Será que o governo terá que fazer uma lei semelhante à que foi imposta às empresas para as denominações cristãs, de modo que tenhamos essa proporcionalidade?

Por que será que existem tão poucos (se é que existem) pastores, apóstolos, bispos, patriarcas (esse é o novo título da moda gospel) e ministros de música PPDs?

Será que o problema está na acessibilidade de nossas igrejas? Ou quem sabe na falta de veículos para transporte dessas pessoas? Ou será a falta de servos capacitados para atendê-los?

Será que a igreja não acredita na salvação dos PPDs? Ou será que o pensamento vigente é que o alto custo de se investir nessas almas não vale a pena, pois possui um baixo retorno($)?

Penso que nós, “pessoas ditas normais”, dificultamos a entrada de gentes que não possuam o nosso padrão de aparência, perfeição etc. Temos dificuldade de aceitar o diferente, o não ortodoxo. Por exemplo, basta que entre em nosso culto alguém com algumas tatuagens para que se comente algo veladamente.

Na maioria das vezes, em decorrência desse nosso modo de viver o evangelho, acabamos afastando muitas pessoas de nossas comunidades. Certa vez, ao convidar uma pessoa para ir à igreja, tive que responder à pergunta: “eu posso ir de camisa vermelha?”. Imagine você se essa mesma pessoa vive cometendo aqueles “pecadões”, ela deve se achar a pessoa mais indigna de freqüentar o lugar dos certinhos. Conheço pessoas que acreditam piamente que para ir para a igreja a pessoa deve ser perfeita, santa e irrepreensível! E sempre que me defronto com pessoas que pensam assim, enfatizo (e até exagero mesmo) que a igreja é o lugar dos “ex-alguma-coisa”, de gente podre, mentirosa, pecadora, briguenta etc. Falo que a única coisa que nos diferencia é que cremos num Deus perfeito, que nos salvou de uma vez por todas e que é capaz de nos ajudar em nossa imperfeição.

Para concluir, acredito que os PPDs e outras minorias não freqüentam nossas igrejas em decorrência de nossa inabilidade de enxergá-los e amá-los, ao contrário do exemplo de Jesus. Simplesmente estamos refletindo o descaso milenar que as sociedades “civilizadas” sempre fizeram às pessoas portadoras de deficiência.

Sonho com o dia em que toda e qualquer igreja cristã tenha como um de seus valores a proibição de pessoas perfeitas e, quem sabe, um dia possamos ver e ouvir um pastor sentado em sua cadeira de rodas pregando sobre a cura do paralítico, sem constrangimento ou pudor.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Fazer o bem


Assim que conclui a leitura das cartas de Paulo aos tessaonicenses, uma questão se levantou para mim: eu tenho feito o bem? Em três momentos dessas epístolas Paulo insiste com os tessalonicenses para que façam o bem: “Tenham cuidado para que ninguém retribua o mal com o mal, mas sejam sempre bondosos uns para com os outros e para com todos” [1 Ts 5.15]; Que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus nosso Pai (...) dêem ânimo ao coração de vocês e os fortaleçam para fazerem sempre o bem, tanto em atos como em palavras” [2 Ts 2.16-17]; “Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem” [2 Ts 3.13].

Em seguida a esse questionamento me veio outro: mas, afinal o que será fazer o bem? Diante desses versículos e com uma visão global dessas cartas, só tenho uma definição plausível a respeito do que possa ser “fazer o bem”, ou seja, é uma palavra ou um ato que de alguma forma beneficie uma outra pessoa, sem que com isso, Deus seja ultrajado. Portanto, fazer o bem significa atender a necessidade de uma pessoa sem que se ofenda a Deus.

Voltando à questão inicial, penso que muitas vezes tenho feito o contrário, isto é, ao invés de ser bondoso para com todos, de fazer sempre o bem e de não se cansar de fazer o bem, me vejo retribuindo o mal com o mal a alguém que me chateou (nem que seja em sonho, quando tenho superpoderes a lá Superman) ou quem sabe quando sempre desisto de fazer o bem ou ainda quando me canso de ser bonzinho e viro mauzinho.

Como o diabo que se utilizou da Bíblia para tentar Jesus no deserto, sou tentado pelo espírito farizaico-cristão que vive a me rondar e a me ungir, dizendo: “mas até mesmo Paulo disse que as coisas boas que gostaria de fazer não fazia e as más, que não queria, quando via já estava fazendo...” entre outras pérolas vão surgindo em minha mente como desculpas esfarrapadas, e com poderes paralisantes sobre minha vida. Assim, constantemente me vejo deixando de fazer o bem, mesmo podendo fazê-lo.

É fato que muitas vezes queremos fazer o bem, e sem perceber acabamos fazendo tudo errado, mas em hipótese alguma podemos desistir de fazer o bem, quer por predisposição humana ou sem-vergonhice! Paulo nos ensina que devemos ter cuidado em nosso falar e agir, de maneira que sempre façamos o bem. Assim como ele intercedeu pelos tessalonicenses para que o Senhor Jesus Cristo e Deus nosso Pai dessem ânimo a eles, também devemos orar uns pelos outros para que Deus também nos dê ânimo para continuarmos a fazer o bem. Temos que ter em mente que ser cristão é fazer o bem, pois é inerente a essa nova criatura, não podemos nos cansar de ser bondosos.

Com o passar dos anos tenho aprendido que para ser uma pessoa melhor ou bondosa, precisamos nos destituir de nosso egoísmo, de nossa auto-suficiência e ter empatia pelas pessoas que nos cercam. O grande inimigo que teremos que enfrentar para nos tornarmos pessoas que fazem o bem é aquele que vemos todos os dias diante do espelho. E só existe uma maneira de vencermos esse grande inimigo: deixando Jesus assumir o controle.

Quando deixamos Jesus assumir o controle não nos tornamos autômatos, ao contrário, temos uma participação extremamente ativa, nos tornamos um com Ele e começamos a dar frutos provenientes dele, mas que se concretizam por meio de nossa instrumentalidade. Precisamos entender que, sem Jesus, nada podemos fazer [Jo 15.4]. Nossos frutos somente serão verdadeiros se estivermos ligados à Árvore da Vida, e não existem atalhos ou caminhos mais fáceis. Todo e qualquer esforço humano resulta em frustração, desânimo, apatia e dor. Portanto, não se deixe enganar, apenas com Jesus conseguiremos fazer o bem, pois de outra forma estaremos apenas inflando nosso ego e correndo o risco de se decepcionar grandemente com a humanidade.

Como Paulo, prefiro encarar nossa humanidade como capaz de fazer o bem incansavelmente, mesmo diante de lutas, sofrimentos e tristezas. Prefiro olhar o copo meio cheio e crer que Deus é poderoso para transformar minha humanidade desvirtuada naquilo que nasci para ser. Fui constituído para ser imagem e semelhança de Deus e é assim que quero ser, custe o que custar.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Difícil tarefa


Paulo, em sua primeira epístola aos tessalonicenses, pede aos cristãos que tenham amor, consideração e a mais alta estima por seus líderes, conselheiros e àqueles que trabalham na igreja [1 Ts 5.12-13]. Muitas vezes fazemos exatamente o contrário: menosprezamos, ignoramos e até odiamos aqueles que estão à frente de nossa comunidade de fé. Diante de tantos oportunistas e ministros de um outro evangelho, realmente fica difícil discernir os bons dos maus.

A escassez de uma liderança cristã efetiva e comprometida com o Evangelho tem deixado muitas pessoas confusas a cerca das coisas do Reino de Deus. As igrejas capitalistas ganham cada vez mais espaço e seus líderes são endeusados e mitificados para tristeza daqueles que têm alguma noção da verdade bíblica.

Não obstante tal panorama, o fato é que não podemos deixar de valorizar aqueles que trabalham verdadeiramente na propagação da Boa Nova e da salvação no nome de Jesus de Nazaré. Precisamos amar e entender as dificuldades enfrentadas por esses guerreiros de Deus que navegam contra essa ventania de doutrina de nosso tempo, pois criticar o esforço que eles têm feito é muito fácil, mas navegar junto, lado a lado com eles, poucos são aqueles que estão dispostos.

Esses embaixadores do Amor possuem um trabalho de muita responsabilidade e em suas mãos estão pessoas fragilizadas e oprimidas, muitas vezes destituídas de qualquer esperança. Eles precisam administrar egos e sonhos de outras pessoas, ter empatia, ser misericordiosos, fortes e persistentes. Os olhos de todos estão sobre eles e sua família. Esperamos muito dessas pessoas e muitas vezes essa expectativa pode ser frustrada, pois eles são seres humanos como nós, sujeitos a falhas e pecados. Mas, sem dúvidas, se não fosse o esforço desses verdadeiros pastores, talvez a igreja brasileira estivesse totalmente vendida ao dinheiro e destituída de qualquer caridade.

Diante disso, faz todo sentido o apelo de Paulo para que vivamos em paz com nossos líderes e que sejamos seus auxiliadores na tarefa de propagar o Evangelho.

Agradeçamos e oremos a Deus para que sustentem nossos líderes, para que os consolem e para que dê força às suas famílias nessa difícil peregrinação de guiar as ovelhas do Senhor!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Alcançando a verdadeira vida

De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.

Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas. Diante de Deus, que a tudo dá vida, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos fez a boa confissão, eu lhe recomendo: Guarde este mandamento imaculado e irrepreensível,até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual Deus fará se cumprir no seu devido tempo. Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível,a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém.

Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.

1 Timóteo 6.6-19

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vida tranqüila


A vida nas grandes cidades tem se tornado insustentável. A sociedade alargou o conteúdo de coisas que as pessoas “precisam ter” para não perderem oportunidades. Deste modo, na maioria dos ambientes e, principalmente no ambiente de trabalho, as pessoas são valorizadas por aquilo que conhecem, por quantas horas a mais trabalham no dia, pelos feriados e finais de semanas que abrem mãos em favor da empresa etc. As pessoas precisam entender de tudo e estar antenadas em todas as novidades para não “perder o bonde”. Essa vida agitada, somada ao consumismo e imediatismo de nossa era, estão gerando pessoas cada vez mais agitadas, estressadas e depressivas.

Nem mesmo as comunidades cristãs estão alheias a essa agitação toda, visto que a elas também se aplica o princípio de Pareto, no qual temos 20% de servos trabalhando em prol de 80% de senhores que só querem ser servidos. Esses 20% em geral vivem agitados, estressados ou deprimidos, mas na maioria dos casos nem percebem, pois sempre estão muito atarefados. Os outros 80% vivem sua agitação em outros ambientes e, acabam por descontar nos servos, mas isso não vem ao caso. O que importa é que cristãos modernos estão vivendo uma vida agitada, contrariando a instrução de Paulo aos tessalonicenses em 1Ts 4.11: “Esforcem-se para ter uma vida tranqüila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos”.

A primeira e mais relevante refuta que os cristãos modernos podem propor contra esse texto é que a vida dos tessalonicenses não era a loucura de hoje. Eu não creio que a vida deles fosse fácil, visto que o próprio Paulo menciona nessa mesma epístola que ele “ralava” para não depender de ninguém: “certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém” [1Ts 2.9]. As coisas nesse tempo eram artesanais, mais difíceis de serem adquiridas, não existia supermercados, fastfoods, e coisas do tipo. Tanto é verdade que, eles corriam o mesmo risco que nós corremos hoje em dia, de modo que Paulo os exorta a buscarem uma vida tranqüila!

Vale ressaltar que existe uma parte da população mundial que realmente nasceu para viver essa agitação, mas é importante destacar que é apenas uma parte. A grande maioria das pessoas não possuem tal predisposição. O fato é que essa minoria, por ser mais ativa, geralmente é quem dita as regras do jogo, pois são nossos líderes. A maioria deve refletir sobre até que ponto vale toda essa agitação, toda essa correria.

A Palavra de Deus diz que devemos nos esforçar para levar uma vida tranqüila e, por tranqüila não podemos entender uma vida cheia de dinheiro, sem trabalho e irresponsável. Vida tranqüila no contexto bíblico é uma vida de trabalho ou conduzindo o nosso negócio, no qual possamos viver sem depender de ninguém [1Ts 4.11-12]. Vida tranqüila não é estar necessariamente cheio de dinheiro, visto que existem várias exortações para se ter apenas o suficiente, como podemos perceber em Provérbios 30.8 e 23.4 ou em Mateus 6.19, por exemplo. Vida tranqüila não tem nada a ver com irresponsabilidade, pelo contrário, somente quando temos uma vida tranqüila é que permitiremos ao Senhor que nos capacite nos mandamentos recíprocos (tudo o que tem ‘uns aos outros’ na Bíblia), visto que necessitamos da paz que excede todo entendimento [Fl 4.7] para discernir o que o nosso irmão/próximo precisa.

Precisamos reaprender a sentarmos em um banco de praça pública e não fazer nada a não ser olhar o corre-corre das crianças, o revoar dos pássaros, as diferentes tonalidades dos verdes das árvores, as cores das plantas, a beleza dos rios, a arquitetura de nossa cidade, enfim, admirar a beleza de nosso Deus num final de tarde, através de sua criação.

Que Deus nos ajude!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Não esgote suas forças...

"Não esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias pelo céu." [Provérbios 23.4-5]

terça-feira, 18 de maio de 2010

Testemunho sobre oração pessoal (ou como me livrei da oração-do-bicho-pega)


Ultimamente tenho dedicado uma boa porção da minha semana à oração pessoal, coisa que não fazia há muito tempo, acho que desde a época de minha conversão, quando a chama do primeiro amor ainda imperava dentro de mim. O que reinava em meu relacionamento com Deus era a oração-do-bicho-pega, que me perseguia a todo tempo e grudava em mim como carrapato, mas felizmente o Senhor me libertou!

Tudo começou com o meu desejo de encontrar e participar de uma comunidade mais parecida com o que vejo descrito no Novo Testamento. Contagiado pelas falácias empresarias que também contaminaram a maioria das igrejas, buscava uma comunidade que vivesse como a igreja primitiva e obtivesse bons resultados. Felizmente, o Espírito Santo se utilizou de minha esposa e de um artigo do Wayne Jacobsen (Autor do livro “Por que você na quer ir mais à igreja?”) para me dar um recado: o problema não está nas instituições, está em você! A chave de tudo está em mim, ou seja, o segredo está em como eu estou vivendo o cristianismo. Pois bem, voltei ao meu versículo preferido e o reli, e foi isso o que vi: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” [Atos 2.42].

A constatação foi cruel e dolorosa para mim, pois quando refleti sobre esse versículo, percebi que eu tinha me afastado demais dele e exatamente por isso estava sofrendo e angustiado! Das quatro coisas que os primeiros cristãos se dedicavam, eu estava dedicado apenas ao ensino dos apóstolos (que podemos entender como sendo a Palavra de Deus). As outras três tinham se perdido em algum ponto de meu passado recente. Então, rapidamente, ungido pelo espírito farisaico-cristão, tentava me justificar, dizendo coisas do tipo “é que minha vida está muito atribulada...” ou “nossa! em menos de seis meses mudei de emprego e de casa...” ou ainda “é que os irmãos da igreja aonde vou não me entendem...”. Pobre de mim, minhas muletas estavam me transformando naquilo que eu mais repudiava: um belo de um fariseu!

Confrontado pela Palavra, pude redescobrir o caminho da oração. Voltei a entender porque Jesus investia tanto tempo em oração, porque Paulo nos exorta a orarmos sem cessar ou porque os primeiros cristãos se dedicavam à oração. A oração me aproxima do Pai. É por meio da oração que experimento o amor, as misericórdias, o perdão, as consolações e as bênçãos de Deus.

A oração, por mais simples ou dolorosa que seja, tem dois efeitos fundamentais, além, é claro, do possível atendimento do pedido por parte de Deus. Primeiro, faz com que eu entenda que não sou auto-suficiente, que não posso fazer nada sem o Pai. E, o outro efeito, é que me aproxima da presença pacificadora de Deus, que me acalma e alivia. O mais interessante nisso tudo é que não precisa ser muito tempo, basta que o tempo dedicado seja de qualidade, ou seja, que você queira realmente estar na presença de Deus.

Com a vida corrida que levo, sou tentado a orar enquanto faço outra coisa, como por exemplo, enquanto estou indo para o trabalho, no carro ou metrô, aproveito para dar uma “oradinha”... ou quando vou almoçar com os amigos de trabalho, oro ao mesmo tempo em que dou a primeira garfada... Não que seja errado orar assim, mas penso que não é uma oração de qualidade, pois estou sujeito a muitas distrações e quem sabe os efeitos em mim não sejam alcançados.

Uma coisa que tenho aprendido sobre oração pessoal nesses dias é que, quanto mais você ora, mais você quer ficar na presença de Deus, a ponto de você perceber que a realização de seu pedido começa a ficar em segundo plano, pois sua dor, medo, angustia, tristeza perde a importância. O Espírito Santo começa a te mostrar que Ele está no controle de tudo e no momento certo, Ele agirá ou não.

O problema é que, como diz o Hernani Medola, um amigo meu, “nós oramos de verdade quando o bicho pega”. A oração-do-bicho-pega é geralmente rasa e desprovida de comunhão com Deus e muitas vezes me faz ficar decepcionado com Ele, simplesmente porque Ele não me atendeu na hora em que pedi. Hoje percebo claramente que, quando oro somente quando tenho necessidades urgentes, faço de Deus um médico, banqueiro ou qualquer coisa do tipo, que tem a obrigação de me atender ao meu bel-prazer. A minha oração quando pautada pelo “bicho-pega” torna-se imediatista e determinista. Começo a encarar o Deus-Amor como um deus-cruel que não atende minhas orações, e vivo a reinvidicar minha parte como filho do Rei. Enfim, torno-me mais egoísta e mesquinho, preocupado tão-somente com o meu umbigo.

Nessa peregrinação diária percebo que preciso aprender a orar mais e com qualidade, pois só deste modo tenho um pequeno vislumbre dos porquês das demoras de Deus e ao invés de murmurar e reclamar, louvo mais, espero mais, confio mais... e assim vou caminhando rumo àquilo que o Pai tem preparado para mim.

Tenho pedido a Deus para que continue me livrando da oração-do-bicho-pega e que me transforme em verdadeiro intercessor e amigo confidente Dele. Além disso, com a ajuda de Deus, tenho buscado me dedicar à comunhão e ao partir do pão.

Conto com sua oração e que assim seja!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fins medicinais

"Não continue a beber somente água; tome também um pouco de vinho, por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades" [1 Timóteo 5.23]

Encontro com Jesus


Quero falar sobre uma afirmativa no qual Jesus nos revela onde podemos encontrá-lo. Sei que, atualmente, está fora de moda falar sobre os assuntos relacionados ao Evangelho, a Boa Nova, ao Reino de Deus, mas essa necessidade em mim é maior do que qualquer convenção pseudo-social-cristã.

Como trabalho no centro velho de São Paulo, mais precisamente próximo ao Parque da Luz, costumo ver, em meu dia-a-dia, aquilo que muitos de nós faz de tudo para evitar: a degradação do ser humano. É incrível como insistimos em não encarar essa dura realidade, conquistada por séculos que ganância, desprezo e insensatez. Vez ou outra, decido dar uma volta durante o horário de almoço e constato essa realidade paralela, pessoas abandonadas, sujas, maltrapilhas, sem esperanças. No Parque da Luz, é comum ver mulheres vendendo seus corpos em plena luz do dia. Em alguns bancos, sentados e cabisbaixos, podemos ver pais de família desempregados, talvez pensando em como farão para levar comida aos filhos. Se eu tivesse um pouco mais de coragem dava para dar uma esticadinha até a Cracolândia, onde com certeza veria pessoas sendo consumidas pelo vício, vidas sendo interrompidas. Quem sabe, se eu encontrasse um posto do SUS, veria pessoas vitimadas, sem assistência e muito menos, sem cura.

Olho para dentro de mim e, constato minha repulsa em encarar essas situações, assim como o Levita e o Doutor da Lei na parábola do Bom Samaritano, muitas vezes passo por essas pessoas pelo outro lado da rua, pois quase nunca tenho dinheiro na carteira (nem mesmo os R$ 10,00 do bandido, como diria minha esposa), ou uma palavra de consolo ou quem sabe por nojo ou medo mesmo, sei lá.

Muitas vezes, em nossa espiritualidade rasa, clamamos ao Pai um direcionamento, um relacionamento mais íntimo com seu Filho, esquecendo-nos de que o próprio Jesus nos deu o caminho exato para quem quer se encontrar com ele. Como que cegos e surdos, insistimos em percorrer por outras veredas, ora desenvolvendo cursos sobre espiritualidade, ora nos acomodando em nossas quatro paredes sagradas, ora fingindo sermos superespirituais.

Penso que a Boa Nova de Jesus caiu em desuso pelo fato de nos expor demais ou, quem sabe, por colocar diante de nós o mundo que nós mesmos fabricamos e, ainda por cima, muitas vezes, temos a cara de pau de dizer: “por que será que Deus permite tantas tragédias?”.

Pois bem, se queremos verdadeiramente ter encontros diários com Jesus devemos nos atentar ao que nos ensina Mateus 25, 34-40, veja: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

Estranhamente Jesus quer ser encontrado naqueles que estão à margem da sociedade, e que fazemos de tudo para evitá-los. Quem sabe Jesus tenha deixado nessas pessoas sua essência, que precisa ser garimpada no amor, na esperança de um mundo melhor e na fé que não esmorece diante da vida árdua.

Talvez Jesus nos deixou esse mandamento para que pudéssemos perceber, assim como ele fez em sua vida terrena, que temos muito a aprender com essas pessoas, pois elas estão destituídas de seus egos,vontades, sonhos, orgulhos e, por esses mesmos motivos, são mais sinceros e verdadeiros em seus relacionamentos, sejam eles com Deus ou com os outros. Não é de se espantar que Jesus, o Deus-Filho, gastasse a maior parte de seu tempo com esses pequeninos.

Para quem já vivenciou encontros com esses pequeninos sabe do que estou falando. Deus usa essas pessoas para ministrar em nossas vidas, sem que elas digam um versículo bíblico sequer! Elas vivem a providência de Deus na prática, em suas peregrinações sem rumo, sem esperança, sem sonhos. Vamos até eles com o objetivo de levar uma palavra de consolo ou até mesmo um alimento e voltamos de lá, moídos pela Misericórdia Divina.

Se você quer ter um encontro real com Jesus, aprimore-se em viver com essas pessoas. Ser discípulo de Cristo é muito mais do que participar semanalmente de um culto dominical ou de um show de uma banda gospel ou viajar em um cruzeiro evangelístico! Ser discípulo do Deus-Conosoco é estar com aqueles que o próprio Jesus disse ser ele próprio. O desafio é esse, a revolução que Jesus começou, o chamado Reino de Deus, é isso! Romper com o ciclo perverso da maldade humana, com o pecado da ganância, do poder, da mesquinharia e oferecer ao mundo o reino de amor, de solidariedade, de esperança, de salvação, de jusiça, de fé...

O Pai disse ao profeta Joel (Jl 2.28-32) que, quando derramasse seu Espírito (e Ele já fez isso), nós, filhos e filhas, nos tornaríamos profetas, nós jovens, teríamos visões, prodígios e sinais seriam vistos no céu e na terra. Tenho orado ao Senhor para que faça com que o Espírito que habita dentro de nós entre em ebulição e nos inquiete a tal ponto que, jovens profetas dessa geração se levantem contra toda injustiça, com palavras de exortação, que a gente veja um futuro melhor, com mais pessoas sendo amadas e salvas, que os únicos prodígios vistos pelos que não crêem seja a forma como amamos os pequeninos, que o único sinal que vejam seja o amor que teremos uns para com os outros.

Se praticássemos as coisas que sabemos, o mundo teria motivos para nos achar relevantes e, quem sabe, até Deus se tornaria mais relevantes para eles. Então as pessoas, de fato, poderiam nos chamar de cristãos, pequenos cristos. Eles veriam que há um Deus imenso e cheio de um terno amor, querendo abraçar a todos, disposto a fazer qualquer coisa por cada ser vivente. Mas, o que o mundo vê em nós? O que os nossos colegas de trabalho ou de escola pensam da gente? Estamos exalando o perfume suave de Cristo? Verdadeiramente, tenho medo das respostas a essas perguntas...

Como diz Paulo, um dia, todos os entretenimentos gospels vão passar, e só vão permancer três coisas: a fé, a esperança e o amor, sendo que o maior deles é o amor! (2Co 13.13). Por este motivo, tenho pedido ao Pai que quebrante o meu coração diariamente e me faça enxergar em cada um desses pequeninos o Senhor Jesus, não por medo de ir ao inferno, porque creio que já sou salvo, mas porque cada um deles é um maravilhoso e lindo Jesus! E mesmo que não o fosse, pois são pessoas e, por isso mesmo, também precisam ser amadas e honradas, apesar de suas escolhas, apesar de sua história, apesar de minhas escolhas, apesar de minha história.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tempo


Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar. Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida; E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.

Eclesiastes 3.1-13

terça-feira, 20 de abril de 2010

Carta de Diogneto - cerca do ano 120 d.C

O Cristianismo surgia como uma das maiores inovações criadas na Humanidade. Revolucionava os valores conhecidos, particularmente aquele da Fraternidade ou Solidariedade de relacionamento entre os seres humanos.
Considerada a "jóia da literatura cristã primitiva", a Carta de Diogneto foi escrita cerca do ano 120 d.C. Trata-se do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de conhecer melhor a nova religião que se espalhava com tanta rapidez pelas províncias do Império Romano.
Impressionado pela maneira como os cristãos desprezavam os deuses pagãos e testemunhavam o Amor que tinham uns para com os outros, queria saber: que Deus era aquele em que confiavam e que gênero de culto lhe prestavam; de onde vinha aquela raça nova e por que razões apareceram na história tão tarde.
Apresentamos aqui apenas um pequeno trecho.


CARTA A DIOGNETO
Exórdio
1. Excelentíssimo Diogneto, vejo que te interessas em aprender a religião dos cristãos e que, muito sábia e cuidadosamente, te informaste sobre eles: Qual é esse Deus no qual confiam e como o veneram, para que todos eles desdenhem o mundo, desprezem a morte, e não considerem os deuses que os gregos reconhecem, nem observem a crença dos judeus; que tipo de amor é esse que eles têm uns para com os outros; e, finalmente, por que essa nova estirpe ou gênero de vida apareceu agora e não antes. Aprovo esse teu desejo e peço a Deus, o qual preside tanto o nosso falar como o nosso ouvir, que me conceda dizer de tal modo que, ao escutar, te tornes melhor; e assim, ao escutares, não se arrependa aquele que falou.
[...]

Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular. Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjectura de homens de espírito irrequieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana. Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e paradoxal constituição no seu regime de vida político-social. Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas. Amam todos e por todos são perseguidos. Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida. São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam. São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras. Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida. São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do ódio. Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo. A alma está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, se habitam no mundo, não são do mundo. A alma invisível vela no corpo visível; Também os cristãos sabe-se que estão neste mundo, mas a sua religião permanece invisível. A carne odeia a alma, e, apesar de não a ter ofendido em nada, faz-lhe guerra, só porque se lhe opõe a que se entregue aos prazeres; da mesma forma, o mundo odeia os cristãos que não lhe fazem nenhum mal, porque se opõem aos seus prazeres. A alma ama a carne, que a odeia, e os seus membros; Também os cristãos amam os que os odeiam. A alma está encerrada no corpo, é todavia ela que sustém o corpo; Também os cristãos se encontram retidos no mundo como em cárcere, mas são eles que sustêm o mundo. A alma imortal habita numa tenda mortal; Também os cristãos habitam em tendas mortais, esperando a incorrupção nos céus. Provada pela fome e pela sede, a alma vai-se melhorando; também os cristãos, fustigados dia-a-dia, mais se vão multiplicando. Deus pô-los numa tal situação, que lhes não é permitido evadir-se.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dois ou três

Quantas vezes você foi a um culto ou celebração e não sentiu a presença de Deus naquele lugar? Quantas vezes você participou de um pequeno grupo e nada lhe foi acrescentado? Já perdi as contas de quantas vezes voltei para casa frustrado com as programações de nossas instituições, no qual parece que Deus “nem deu as caras”, ou que Ele estava de folga ou qualquer coisa do tipo. O fato é que cada vez mais gente está sentindo isso e o motivo principal desse sentimento é a falta de observância de um princípio básico de nossa fé: “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, lá estarei...” [Mt 18.20]

Jesus, muito provavelmente, não se equivocou quando disse “dois ou três”, apesar de haver uma legião de pessoas que querem nos convencer que, “na realidade”, Jesus queria dizer “onde dois ou mais...”. Essa interpretação é tão comum que a maioria das pessoas cita esse versículo como “dois ou mais” sendo que o que Ele disse foi outra coisa, confira em sua bíblia.

Muitas vezes as celebrações e até mesmo os pequenos grupos são áridos por conta da impessoalidade ocorrida pelo número excessivo de pessoas nesses ajuntamentos. O que está faltando nessas reuniões são encontros mais intimistas, onde possamos por em prática o “amar ao próximo como a nós mesmos”. O que Jesus está nos ensinando nesse versículo é que, inevitavelmente, onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, lá Ele também estará.

Estar reunido em nome de Jesus não é simplesmente um ato formal ou algo simbólico. Estar reunido em nome de Jesus quer dizer estar destituído de todas as nossas máscaras e carapuças, pois Ele sabe todas as coisas a nosso respeito e o desejo Dele é que sejamos um com Ele e o Pai, e também, que sejamos um entre nós mesmos [Jo 17]. Portanto, estar reunido em nome de Jesus implica estarmos vestidos com aquilo que somos verdadeiramente, ou seja, com nossos pecados, medos, problemas, alegrias, sonhos e projetos... Estar reunido nessas condições pressupõe experimentar os mandamentos recíprocos (amar uns aos outros, perdoar..., suportar..., orar..., etc.). É abrir o livro de nossas vidas para pessoas intimamente ligadas a nós, para que sejamos exortados, amados, honrados e festejados pelos amigos.

Não se enganem, pois somente em um grupo menor, de duas ou três pessoas comprometidas com a Verdade, você verá sempre a presença de Jesus. Isso não quer dizer que Jesus não esteja presente em ajuntamentos maiores, porque muitas vezes Ele está e eu já presenciei isso, mas o que quero dizer é que Jesus prometeu que onde dois ou três estiverem reunidos, lá Ele também estará.

Talvez, para nós, seja mais conveniente ficarmos no anonimato de um grupo maior, sem a intromissão do outro, sem termos que nos envolver em problema alheio, mas essa atitude fatalmente nos levará a poucos encontros com o nosso grande Amigo e a um paulatino esfriamento de nossa fé.

Cada vez mais o mundo percebe a nossa divisão, nossa total falta de unidade, isto implica dizer que estamos fazendo o contrário àquilo que é a vontade do Pai, e, em minha humilde opinião, o âmago desse problema está em nossa insistência em não vivermos em unidade.

A solução é simples: basta aumentarmos a freqüência com que nos reunirmos em grupos de duas ou três pessoas em nome de Jesus. E então, como ocorreu na igreja primitiva, as pessoas olharão para nós com simpatia e o Senhor (e não nós) nos acrescentará aqueles que vão ser salvos [At 2.47].

domingo, 28 de março de 2010

Sua vida é Jesus para alguém

Sua VIDA é Jesus para alguém,
Por mais fraca e falha que possa ser.
Apesar de ser cheio de erros,
Você é tudo de Deus que alguém vai ver.

Sua LINGUA é Jesus para alguém.
Aquela palavra amarga de dor
Falará a um coração sensível
Talvez tudo que ela ouvirá do Senhor.

Seus ALVOS são Jesus para alguém.
O que você tiver em primeiro lugar
São para ele os alvos de um Cristão,
São esses que um dia ele vai procurar.

Sua FIDELIDADE – isto para alguém é Jesus.
Se Ele é fiel em tudo ou não
Depende do dia após dia, da perseverança
Que há em você e em seu coração.

Seu AMOR é Jesus para alguém,
Para aquela que está precisando saber
Se Jesus realmente irá atrás dela
Seja quão longe ela estiver.

Cuidado para que alguém não blasfeme Deus
Eles vão descobrir o que você é.
E o único Jesus que alguns vão ver
É o Jesus que conhecem através de você.

Fonte: Solomon (http://solomon1.com/a/2010/25/sua-vida-e-jesus-para-alguem/)