terça-feira, 10 de agosto de 2010

Igreja emergente


Parece que, insistentemente, a mensagem do evangelho vai perdendo valor de uma geração para outra e, de vez em quando, surgem movimentos eclesiásticos objetivando um reavivamento da fé cristã. Em nosso tempo ainda percebe-se algum movimento daqueles que são adeptos da Missão Integral, outros estão descambando para o Teísmo Aberto, Teologia Relacional, Igreja nos Lares e demais formas controversas, todas com o intuito de combater a chamada teologia da prosperidade. Dentre esses movimentos “combatentes” existe o da igreja emergente.

Por falta de uma liderança especifica e até mesmo por ser um movimento sem pretensões grandiosas, no sentido de não querer convencer a todos os cristãos que a igreja emergente está mais certa que os demais movimentos, falta um conceito claro do que seja isso. Mas alguns membros desse movimento arriscam algumas definições, como, por exemplo, essa do Pr. Sandro Baggio do Projeto 242:

“A Igreja Emergente (ou Emergindo) nada mais é do que uma conversa honesta sobre os desafios e oportunidades de viver e comunicar a mensagem cristã no mundo cada vez mais pós-moderno. O diferencial da Igreja Emergente é sua abertura para lidar com as perguntas difíceis sobre o ser cristão no mundo pós-moderno. Perguntas estas que vão desde a prática cristã até a prática eclesiástica e missionária. Afinal de contas, o que é ser cristão? O que é ser igreja? O que significa fazer parte da missão de Deus no mundo hoje? De certo modo, a igreja tem sempre pensado essas coisas a partir de suas tradições eclesiásticas que definem, de muitas maneiras, sua cristologia e missiologia. A Igreja Emergente faz uma tentativa de recuar um pouco e repensar essas questões seguindo uma ordem mais ou menos inversa: uma cristologia que nos impulsione à missiologia, que por sua vez leve à eclesiologia. Em outras palavras, primeiro eu preciso entender Jesus, Verbo Encarnado, e me comprometer com Seu Caminho (proposta prática de vida que Ele apresentou) , abraçando Sua Missão no mundo de hoje e seguindo a jornada com outros seguidores na comunhão da Sua Igreja.”

Como exemplo de pessoas engajadas na igreja emergente podemos citar o Mark Driskoll da Mars Hill Church (www.marshillchurch.org), o pessoal da Vineyard (www.proibidopessoasperfeitas.com) e o Projeto 242 (www.projeto242.com) em nossa capital. Tive a oportunidade de visitar o Projeto 242 e notei o esforço daquela igreja em tentar se diferenciar do mar de denominações evangélicas existentes. Na maioria das vezes, os membros das igrejas emergentes, a despeito de seus estilos comportamentais (cabelo comprido, tatuagens etc.), são mais ortodoxos do que muita igreja por ai. Apesar de não haver diferença na ordem do culto, notei que há uma preocupação com a pintura, uma das artes mais negligenciadas pelos evangélicos, devido ao medo de ferir o velho mandamento… A disposição das cadeiras também é diferente, pois as pessoas sentam-se em grupinhos ao redor de mesinhas como se fosse num bar, forçando as pessoas a olharem umas para as outras. Existem velas decorativas espalhadas em alguns cantos, uma decoração moderna, mas ao mesmo tempo tudo muito simples, tem até sofás para que os membros possam se acomodar durante o culto e etc…

Penso que toda tentativa de destruir a excessiva institucionalização e personalização de ministérios dos super-crentes deve ser analisada e, até certo ponto, incentivada, desde que não gere novos monstrinhos (rsrs). Gosto de estudar esses movimentos alternativos e tentar tirar algum proveito, pois podemos com base em idéias interessantes tornar nossa igreja mais informal e humana, focando nossos esforços naquilo que realmente importa: o amor.

Acredito que, apesar dos erros que esses movimentos possam cometer, eles possuem algum mérito, ou seja, pelo menos estão fazendo alguma coisa para mudar a situação vigente. Olhando para a igreja emergente, em seu esforço homérico, percebo que são pessoas como eles que mantém a chama acesa, mesmo que daqui a alguns anos não existam mais, ou quem sabe, se tornem os novos poderosos e percam o “fio da miada”. O fato é que a igreja cristã precisa ser mais relevante, mais interessante e propagar o evangelho acreditando que trata-se de uma boa nova e não como uma mera representação sem graça e enfadonha de algo desinteressante e triste.

Por esse motivo continuo estudando e sugiro que você conheça novas formas de viver o evangelho e perceba quão insondáveis são os pensamentos do nosso Deus e o louve, e o sirva e o ame!

Fiquem na paz que excede todo entendimento!

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